A edição Brasileira |
Mil vezes sutil
O ano do senhor de 2011 já avança a passos de carga rumo ao seu ocaso, mas a delicada e elegante edição de 1993, da Companhia das Letras, de A Morte de Napoleão ainda está disponível para venda nas principais livrarias. Não se trata de livro de bolso, a edição é refinada, em que pese o formato reduzido. Em verdade, chega a ter menores proporções que os pocket’s disponíveis atualmente no mercado editorial: os 11 x 15 cm deste romance de Simon Leys, por exemplo, parecem ainda menores se comparados com os 12 X 18 cm das edições da Best Bolso. O mesmo se observa em relação aos já clássicos 11,5 x 18 cm dos livros de bolso da Martin Claret e da Companhia de Bolso.
Por outro lado, ao perceber o valor mercadológico médio do livro, o leitor familiarizado com os preços atualmente praticados sente que está diante de uma obra fora de série, por certo que, atualmente, pelo preço que se paga por um exemplar da obra ora comentada, é possível adquirir 2 ou 3, a depender do título, dentre os livros de bolso de qualquer uma das editoras acima citadas.
Se, como outro dia mesmo ouvi dizer, ainda há quem compre livros pela capa ou apenas para compor a decoração do escritório, imagino que A Morte de Napoleão tenha largado em desvantagem, pois, como sói ocorrer em relação a todas as manifestações da delicadeza, é preciso ser dotado sutileza e espírito para apreciar a sua composição de aparente debilidade.